Google Censurado pelo governo da China
Desde quando foi lançado na China, em 2006, o buscador Google passou por censuras. Termos como “direitos humanos” e “democracia” são monitorados, não oficialmente, pelo governo chinês. Esse foi o primeiro, de muitos capítulos que estavam por vir.
No final de 2009, o Google percebeu um ataque de hackers à contas do servidor de e-mail Gmail chinês. Segundo David Drummond, diretor de assuntos legais do Google, os hackers tinham como objetivo “acessar contas do Gmail de ativistas de direitos humanos”. Na China, país conhecido pelo sistema comunista vigente há mais de 60 anos, o Ministério de Relações Exteriores negou qualquer tipo de ataque cibernético e afirmou que no país a internet é aberta para todos.
No início de 2010, no dia 12 de janeiro, Drummond publicou no blog oficial do Google os problemas enfrentados e as ações a serem revistas pela empresa na China. No post, ele também afirma ter provas que pelo menos 20 outras companhias haviam sofrido o mesmo tipo de ataque.
Muito criticada por aceitar a censura do governo chinês há tanto tempo e descontente com os últimos acontecimentos, em março de 2010 a empresa Google resolveu criar uma alternativa à censura. A partir daquele mês, todos os usuários que entrassem no Google.cn seriam imediatamente redirecionados para a página do Google Hong Kong.
Isso porque Hong Kong, apesar de atualmente ser considerada Região Administrativa Especial da China, possui maior liberdade de expressão devido sua colonização inglesa. Esses aspectos culturais estão refletidos no Google.hk, que não sofre restrição ou censura.
A posição assumida pelo Google desagradou muito o governo chinês, que disse não aceitar a situação por desobediência às leis do país. Correndo riscos de perder a licença para utilizar o domínio que estava por vencer no dia 30 de junho, e já perdendo muitos investimentos em propagandas e ações, o Google resolveu adequar-se na tentativa de manter seu escritório na China.
Foi em 28 de junho que o Google anunciou as novas ações: ao invés de redirecionar os usuários que tentassem acessar o Google.cn, na página do buscador há um link para a página do Google Hong Kong, dando ao internauta a opção de utilizar ou não os serviços do outro site. O endereço chinês passa então a oferecer apenas serviços como busca de músicas e traduções, deixando os de pesquisa inteiramente para o Google.hk.
As medidas parecem ter agradado, pois no dia 9 de julho o Google recebeu uma resposta positiva de Pequim. A licença foi renovada, segundo governo chinês, após a empresa ter feito “melhorias” em seus serviços.
E a novela parece ter alcançado não um fim, mas um ponto de conforto para as personagens. O site chinês ficou assim: Google.cn e o maior buscador mundial continua no maior mercado de internet do mundo, com cerca de 400 milhões de usuários.
Perder um mercado tão grande como o chinês não está nos planos do Google, que terá que fazer o impossível para continuar a crescer no país, já que mesmo antes de tudo isso acontecer, a empresa tinha apenas 30% do mercado da China, perdendo para o gigante oriental Baidu.
E você? O que achou de toda essa saga? Qual será o futuro do Google em um mercado tão fechado como o da China?